À Amizade
Amizade, ó Deusa,
ouve, propícia, a canção
que agora nós cantamos à amizade!
Pra onde quer que olhem os olhos dos amigos,
repletos da ventura da amizade,
compassiva te aproximas,
aurora no olhar,
fiel penhor de eterna juventude
na mão sagrada.
Salve, Amizade!
Primeiro alvorecer
da minha suprema esperança!
Ai, infindo
me pareceu muitas vezes o caminho e a noite,
a vida toda
sem fio e odiada!
Quero viver duas vezes
agora que contemplei a aurora e o triunfo
dos teus olhos,
ó Deusa amada!
Salve, Amizade,
garante do meu destino,
fiança e prelúdio do meu longínquo triunfo!
Pode o futuro esconder o pior,
dor e tortura e amarga inimizade.
Já não desfaleço,
que a minha vida continua triunfal,
e o meu entardecer vai brilhar infinito
ao teu sol.
de, Friedrich Nietzsche in "Poemas"
a págs 183/185 (edições Galaica – 1960)
Fotografia de Dave Butcher
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